BEM-VINDO, CARO LEITOR!

VOCÊ ESTÁ PRESTES A ATRAVESSAR UMA LINHA INVISÍVEL UMA PORTA QUE, AO SE ABRIR, NÃO PODE SER FECHADA.
AQUI, NESTA PEQUENA CIDADE DE RUAS ESTREITAS E SORRISOS ENSAIADOS, ONDE CADA ROSTO É FAMILIAR E OS SEGREDOS SÃO ENTERRADOS SOB FACHADAS IMPECÁVEIS, MAS NUNCA FICAM ADORMECIDOS POR MUITO TEMPO, ELES VOLTAM.
SEMPRE VOLTAM. E,
DESTA VEZ, VÊM DOBRADOS DENTRO DE ENVELOPES SEM REMETENTE, ESCRITOS COM PALAVRAS QUE QUEIMAM COMO BRASAS NA PELE DE QUEM AS LÉ. ÀS CARTAS CHEGARAM COMO UM SUSSURRO NO ESCURO, COMO UM DEDO FRIO DESLIZANDO PELA ESPINHA. NINGUÉM SABIA DE ONDE VINHAM. NINGUEM SABIA QUEM AS ENVIAVA. MAS
TODOS SABIAM O QUE SIGNIFICAVAM: MORTE. O QUE VOCÊ FARIA SE, AO ABRIR UM SIMPLES PEDAÇO DE PAPEL SUA PRÓPRIA SENTENÇA FOSSE REVELADA? E PIOR... SE, ENTRE AS LINHAS, HOUVESSE ALGO QUE SÓ VOCÊ PODERIA COMPREENDER? ALGO QUE NINGUÉM MAIS DEVERIA SABER? ACOMPANHE UMA MULHER, RESPEITADA PROFESSORA, QUE SEM QUERER,
DESENTERRA UM SEGREDO QUE NUNCA DEVERIA VER A LUZ DO DIA. CADA CARTA QUE TOCA A ARRASTA PARA MAIS PERTO DE UM DESTINO SOMBRIO. CADA PISTA QUE DESVENDA A COLOCA MAIS PRÓXIMA DO OLHAR FRIO DE UM ASSASSINO QUE JAMAIS ERRA.
NÃO CONFIE NOS VIZINHOS.
NÃO CONFIE NOS AMIGOS. ACIMA DE TUDO, NÃO CONFIE NAS PALAVRAS QUE REPOUSAM EM SUA FRENTE AGORA. CARO LEITOR, EU LHE PERGUNTO: VOCÊ ESTÁ PRONTO PARA ABRIR O ENVELOPE?
BOA SORTE.
EMMANUELLE FREITAS.