Abaixo, coloco a descrição da segunda etapa de estudos iniciados com a Estética do Pecado. O nome do curso é "Jogos de cena: o documentário brasileiro contemporâneo".
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No curto séc. XXI, do aparecimento dos reality shows até a auto exposição em redes sociais, um "apelo realista" passou a habitar a cena documental. É como se estivéssemos numa perpétua auto mise-en-scène, isto é, não reagindo mais espontaneamente aos estímulos externos. Reage-se já com o pressuposto de que podemos estar sendo filmados ou fotografados a qualquer momento. Respondemos o olhar com poses, clichês visuais que passaram a ser explorados através da câmera documental.
Karim Aïnouz, Kiko Goifman, João Moreira Salles, Carlos Nader, entre uma série de outros cineastas, exploraram os limites da auto ficção em filme como "Viajo porque preciso, volto porque te amo", "Filmefobia", "Santiago", "Pancinema permanente".
O "apelo realista" dos smartphones e dos "shows de realidade" é neles ressignificado de formas bem diferentes entre si, assim como a noção de testemunho, de realidade e ficção, e de trauma ganham características únicas no cinema de Eduardo Coutinho - o cineasta cuja obra é vista em sua totalidade, analisada detalhadamente, ao longo de todo o curso.
Não só a forma de ficcionar a si mesmo, mas as ficções do outro, especialmente do "outro de classe", são revistas na parte final do programa do curso, o que completa o percurso de nosso audiovisual, com um percurso que vai da cinematografia indígena à produção de Kleber Mendonça Filho. Trata-se de um caminho bastante abrangente e repleto de detalhes, análises e informações críticas para quem se interessa por nosso cinema contemporâneo.
As 10 aulas são as seguintes:
1. Na contramão do confessional
2. A indeterminação sob suspeita
3. O trabalho do amador
4. "Moscou", bovarismo e o desejo dos pobres
5. O método do documentarista Eduardo Coutinho
6. De Peões a Domésticas
7. Mbyá-Guarani: história, documentário, ficção
8. Assombração de Apipucos: o cinema de Kleber Mendonça Filho
9. Os entreatos de João Moreira Salles
10. Eduardo Coutinho e a recapitulação da história do cinema nacional
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